Os terremotos são fenômenos que podem ser causados por falhas geológicas, vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. A maioria dos abalos sísmicos é provocada pela pressão aplicada em duas placas contrárias. Portanto, as regiões mais vulneráveis à ocorrência dos terremotos são aquelas próximas às bordas das placas tectônicas. Na América do Sul, os países mais atingidos por terremotos são o Chile, Peru e Equador, pois essas nações estão localizadas em uma zona de convergência entre as placas tectônicas de Nazca e a Sul-Americana.
O Brasil está situado no centro da placa Sul-Americana, que atinge até 200 quilômetros de espessura. Os sismos nessa localidade raramente possuem magnitude e intensidade elevadas. No entanto, existe a ocorrência de terremotos no território brasileiro, causados por desgastes na placa tectônica, promovendo possíveis falhas geológicas. Essas falhas, causadoras de abalos sísmicos, estão presentes em todo o território nacional, proporcionando terremotos de pequena magnitude; alguns deles são considerados imperceptíveis na superfície terrestre.
Segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), no século XX foram registradas mais de uma centena de terremotos no país, com magnitudes que atingiram até 6,6 graus na escala Richter. Porém, a maior parte desses abalos não ultrapassou 4 graus.
Em 1955, no Mato Grosso, foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala Richter. Nesse mesmo ano, o Espírito Santo foi atingido por um abalo sísmico de 6,3 graus e, no Ceará, foi registrado um terremoto de 5,2 graus na escala Richter, em 1980.
O estado do Amazonas, em 1983, sofreu com um terremoto de 5,5 graus, entretanto, pelo fato de esses terremotos terem atingido áreas com pouca concentração populacional, não houve danos materiais e nem vítimas.
João Câmara, município do Rio Grande do Norte e habitado por 31.518 pessoas, foi atingido por uma série de terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu no dia 30 de novembro de 1986, quando a cidade tremeu com um abalo sísmico de 5,1 graus na escala Richter, provocando a destruição de 4 mil imóveis.
Em Minas Gerais, no município de Itacarambi, um terremoto de 4,9 graus promoveu um tremor que durou aproximadamente 20 segundos, tempo suficiente para derrubar 6 casas e abalar a estrutura de outras 60 residências. Nessa ocasião, uma criança de cinco anos morreu soterrada nos escombros de uma das casas atingidas.
O último grande terremoto registrado no Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 2008. Um tremor de 5,2 graus foi sentido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, embora não tenha sido registrado nenhum desabamento nem a ocorrência de vítimas.
Abalos sísmicos atingem cidade do Rio Grande do Norte
Município de Pedra Preta está em estado de alerta após tremores que chegaram a atingir 3,5 graus
Sucena Shkrada Resk
A população da pequena cidade de Pedra Preta (RN) distante 115 km de Natal vive uma situação tensa há uma semana, com sucessivos abalos sísmicos que atingem o município nordestino com pouco mais de 2,5 mil habitantes.
A ocorrência mais grave aconteceu nesta quinta (31), à noite, quando foram sentidos mais de “10 abalos” sequentes, segundo os moradores, sendo um de 3,5 graus e hoje de manhã de 3,3 graus na escala Richter de magnitude, que vai até por volta de 9.
“Hoje as escolas do município dispensaram os alunos das aulas”, informou Samara Damasceno, chefe do setor de patrimônio do município.
Em nota oficial às 15h de hoje, o Governo do Estado por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) informou que desde às 9h não haviam sido registrados novos abalos sísmicos no município.
Com o aumento de rachaduras em alguns imóveis, a cidade recebeu nesta sexta-feira a visita de sismólogos, do Corpo de Bombeiros, além da Defesa Civil do Estado.
A recomendação é que a população não fique dentro de casa e vá para as ruas, caso ouça barulho e sinta novos abalos, por medida de precaução”, explicou o sargento Paulo Sérgio de Souza Pontes, comandante do Destacamento Policial Militar de Pedra Preta.
“Tentamos passar tranquilidade à população mas a situação é um pouco estranha. A cada ocorrência, a gente escuta um barulho como um zumbido alto que dura mais ou menos 10 segundos e o tremor”, conta ele.
Ontem muitas famílias colocaram colchões nas calçadas temendo um incidente de maior proporção.
“A apreensão é grande. Os estudantes ficaram desesperados. Balança bastante. Desde 2010, tem acontecido tremores mas nunca tão intenso como agora”, diz Samara.
Segundo a equipe do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foram calculados pelo menos 20 tremores, a partir de 2,5 graus a 3,5 graus. São avaliados como pequenos mas já podem resultar em rachaduras em imóveis. Estima-se que no Brasil ocorram anualmente 100 abalos de pequenas proporções e o maior que ocorreu no Brasil aconteceu em Porto dos Gaúchos, MT, de 6,2 graus, no ano de 1955.
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