Existem várias teorias de conspiração envolvendo a chegada da humanidade à Lua (ou a não-chegada). Uma destas é a sobre a Apollo 20, que teria sido uma missão altamente secreta em 1976 enviada à Lua para buscar extraterrestres. O segredo teria sido revelado por ninguém menos que William Rutledge, suposto astronauta da missão e que hoje vive em Ruanda.
Aparentemente a teoria sempre foi menos popular que a de que a NASA teria gasto bilhões de dólares em uma encenação, mas esquecera de pintar estrelas no céu falso.
Mas agora um filme chega para dar uma forcinha à teoria de que a NASA realizou missões secretas à Lua. Trata-se de Apollo 18.
(Imagem de divulgação do filme)
O filme afirma que, após o cancelamento do programa Apollo, a NASA teria feito mais uma missão, onde se encontrou, óbvio, alienígenas e por isso nunca mais fomos para a Lua. Trata-se de um filme no estilo popularizado por Cloverfield, onde a audiência assistiria a imagens vazadas de algo super secreto.
O chefe da Dimension Films, Bob Weinstein, chegou a afirmar à imprensa que nada foi filmado por eles, foi tudo encontrado:
We didn’t shoot anything, we found it. Found, baby!
O filme, claro, é uma obra de ficção e não é difícil de descobrir. Por exemplo, os austronautas seriam Nathan Walker, John Grey e Benjamin Anderson, nenhum desses era parte do grupo de astronautas do programa Apollo. Embora a tripulação da Apollo 18 jamais tenha sido oficialmente anunciada, pelo esquema de rotação utilizado pela NASA (backup da missão N viraria principal da missão N+1), a tripulação deveria ser:
- Richard Gordon
- Vance Brand
- Harrison Schmitt
Exceto que Schmitt, por pressão de cientistas, acabou sendo promovido à tripulação principal da Apollo 17, tornando-se o único cientista a pisar na Lua. Assim, alguém (Joe Engle?) teria de substituí-lo na Apollo 18.
Também não ajuda nada a causa saber o nome dos atores que fizeram o papel dos astronautas. Aparentemente o Comandante Nathan Walker também chegou a ser o pai do Indiana Jones na antiga (e ótima!) série Jovem Indiana Jones.
Mas a teoria em si não é sobre o filme. O filme serve apenas para dar uma corda. Será que a NASA poderia ter feito missões secretamente?
Impossível é difícil de provar, mas pessoalmente não vejo como fazer algo assim. Para começar temos o Saturn V.
(Imagem crédito: Euclid vanderKroew)
Veja, o Saturn V era grande. Muito grande. E não há muitos locais de onde lançá-lo. Parece difícil aceitar que seria possível lançar um Saturn V a partir do Cabo Canaveral sem que ninguém o visse.
Vi alguém em um forum argumentando que a NASA poderia escolher lançar à noite, para minimizar a exposição. Mas o Saturn V também não é muito sutil (sem falar que a NASA não tem tanta flexibilidade na escolha da janela de lançamento quanto ela gostaria).
(Imagem crédito: Euclid vanderKroew)
Assim, se descartarmos um lançamento a partir do território dos EUA, ainda se poderia imaginar algo como lançar a partir de plataformas marítimas ou de algum local no norte da África. O problema é que a logística disso seria formidável.
Além disso, o Saturn V é um projeto extremamente público. Sabe-se bem onde cada parte construída para cada uma das unidades feitas está até hoje em dia. E não são peças pequenas.
E aí entram outros fatores. Estamos acostumados a visualizar um voo como sendo três “pilotos” no foguete e uma sala de mission control, com umas 20 ou 30 pessoas trabalhando.
(Imagem crédito: Cory Doctorow.)
Mas um voo da Apollo envolvia consideravelmente mais gente que isso. Em A Man on the Moon: The Voyages of the Apollo Astronauts (Ótimo presente, Stulzer!!), Andrew Chalkin estima o número 500.000. Outros afirmam que são 400.000.
Seja qual for, é claro que as missões dependiam de centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo (mais sobre isso abaixo).
Outro ponto é que, a contrário do que se poderia pensar, o programa Apollo não é realmente algo que foi montado em salas fechadas da NASA (ou da força aérea americana), mas sim através de licitações públicas. GE, IBM, Boeing, North American, GM… a lista de empresas contradas ocupa várias páginas. Esperar que funcionários de todas estas empresas mantenham este tipo de segredo por quatro décadas é realmente difícil de acreditar.
(Imagem crédito: history.nasa.gov)
Ainda maior que a de empresas, a lista de instituições acadêmicas envolvidas é impressionante. Praticamente toda a grande universidade americana estava incluída, mas também instituições da Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Escócia, Finlândia, Inglaterra, Japão e Suíça. O que me leva àquele que é, para mim, o fator mais relevante.
Fazer um voo para a Lua não é apontar um foguete na direção da Lua, ligar o motor e esperar ele chegar lá. A viagem é complexa e exige uma enorme preparação. Mecânica orbital é algo lindo de se estudar. Mas eu divago.
Um desafio bastante interessante é como comunicar-se e acompanhar a tragetória da nave durante a viagem.
(Escaneado pelo autor. NASA Apollo 11 Press Kit Pg 17)
Embora hoje haja uma grande rede de satélites para ajudar na tarefa, à época dos programas Mercury e Apollo, o monitoramento dependia de uma grande rede de estações, embarcações e aviões ao redor do mundo.
A rede chamava-se Manned Space Flight (Tracking) Network. A partir da Apollo 10, também somou-se ao esforço a Deep Space Network.
(Escaneado pelo autor: NASA Apollo 11 Press Kit, Pg 172)
É interessante saber que ao longo dos anos, a rede chegou a incluir estações em Havana, Cuba (desmontada após anos de atividade quando da ocasião da revolução cubana) e, de interesse especial para nós, brasileiros, junto ao Aeroporto Internacional de Brasília (desmontada e os equipamentos transferidos para Madagascar).
Embora fossem instalações americanas, elas contratavam trabalhadores locais. Esperar que estas estações ao redor do planeta pudessem realizar as mesmas atividades que vinham fazendo há anos sob enorme escrutínio da mídia, de maneira totalmente secreta e sem que ninguém vazasse nada por 40 anos é, para mim, o ponto mais absurdo da teoria.
Some a isso o fato de que todas as missões foram monitoradas por diversos governos ao redor do mundo, incluindo, é claro, a União Soviética. Em Two Sides of the Moon, o cosmonauta russo Alexei Leonov afirma que as missões foram monitoradas a partir de um centro extremamente bem equipado pelo Corpo de Transmissões Espaciais, na Av. Komsomolsky, em Moscou. Isto quer dizer que também a URSS teria de manter esse segredo, mesmo depois de ter sido desfeita e retransformada.
E, claro, sem esquecer os vários radioamadores e astrônomos amadores que ou pegaram sinais de rádio de Apollos ou as viram.
Claro que nada disso prova além de qualquer dúvida que uma missão secreta jamais aconteceu. E por isso, por mais improvável que seja, vai continuar a ter gente que acredita.
Achamos que a teoria da vida na Lua é palpavel diante do vídeo que cientistas americanos levantaram sobre as fotografias que eles detém desse satélite são mais de 1.800.000milhão e todas em preto e branco e outras fotografias serem vistos na face oculta da Lua, enorme adventos visuais como construções de 800metros de altura. esse fil sómente fomenta aqueles que gostariam de encontrar uma historia mais verdadeira que a mentira que a NASA continua a encobrir sobre vida Extra Terrestre.
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