Não é nenhum derramamento de produtos radioativos e este não é o lago de Springfield! Trata-se de um fenômeno totalmente natural, mas que só pode ser visto na completa escuridão. Para fazer estas fotos abaixo, Phil Hart, um fotógrafo de 34 anos deixou sua câmera em modo slow shutter, e registrou as imagens com a ajuda de um tripé.
As fotos foram tiradas no lago Gippsland, em Victória, Austrália. O fenômeno que fez a água brilhar deste jeito é causado pela bioluminescência produzida por uma alga chamada Noctiluca Scintillans que estava se reproduzindo em uma gigantesca concentração.
Phil faz parte de uma organização que controla a canoagem neste lago há 50 anos e nunca ninguém jamais tinha visto uma bioluminescência tão forte.
Embora o resultado visual seja espetacular, a grande concentração dessas algas sugere que o lago está sendo gradualmente poluído com dejetos urbanos, e material orgânico, que serve de alimento e faz aumentar a concentração de algas. Segundo Phil, embora a bioluminescência das algas seja possível de ver a olho nu durante a noite, só é possível notar seu fantasmagórico brilho azulado nas fotografias de longa exposição.
Na natureza existem outros organismos que geram biolumnescência. Os mais famosos são os peixes abissais, que usam suas luzes químicas para atrair alimento em plena escuridão do mar. Mas existem outros.
Curiosamente, os cientistas não sabem explicar o motivo pelo qual algumas formas de vida bioluminescentes brilham. Por exemplo, várias espécies de minhoca criam uma secreção luminescente sem nenhum propósito evidente. Outra coisa curiosa sobre a bioluminescência é que não se sabe ao certo porque algumas espécies de cogumelos brilham. Especula-se que talvez seja para atrair insetos, que acabam espalhando as sementes dos cogumelos. Sabe-se por exemplo, que os vaga-lumes usam seu brilho para encontrar seus pares na escuridão, mas certos animais misteriosamente acendem quando os animais próximos começam a brilhar, e nem sempre existe uma razão clara para esse comportamento.
Um exemplo disso está no oceano. Os dinoflagelados, espécies de plâncton unicelular, são famosos por brilhar com uma aparência mística quando são incomodados. O problema é que qualquer porcaria incomoda esses carinhas. Marés, tempestades, animais de vida marinha e inclusive os navios que passam podem fazer com que grandes quantidades de plâncton produzam luz simultaneamente. Os dinoflagelados são responsáveis pelo fenômeno conhecido como mar luminoso, que faz o oceano brilhar. Em alguns casos, esse brilho é tão intenso que interfere na navegação marítima.
Certa vez eu li que um piloto de jato teve uma pane elétrica e não conseguia nenhuma informação no painel do avião. Com reduzido combustível, ele não tinha muito tempo para procurar o porta-aviões. Desesperado, ele olhou pela escuridão do mar em busca de algum sinal. Mas tudo que viu foi um rastro luminoso. O cara seguiu o rastro e escapou da morte usando como referência de posição a bioluminescência do plâncton no mar. O porta-aviões atravessava uma área gigantesca desses animais e seu rastro ficou marcado no oceano, para a sorte do piloto.
Mas como este tipo de reação ocorre?
Em geral, a bioluminescência envolve a combinação de dois tipos de substâncias em uma reação que produz luz. Uma é a luciferina, ou a substância que produz a luz. A outra é a luciferase, ou a enzima que cataliza a reação. Em alguns casos, a luciferina é uma proteína conhecida como fotoproteína, e o processo de produção de luz requer um íon carregado para ativar a reação. Ativadores neurológicos, mecânicos, químicos ou os ainda não detectados podem iniciar as reações que criam a luz. Embora o nome possa sugerir, não se trata de uma combinação química dos infernos.
Os termos luciferina e luciferase originam-se do latim lúcifer, que significa “que traz luz”. Eles são termos genéricos, e não nomes de substâncias químicas específicas. Muitas substâncias diferentes podem agir como luciferinas e luciferases, dependendo das espécies da forma de vida bioluminescente.
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