Israelenses e palestinos vivem novo dia de bombardeios e tensão
Israel bombardeia sede do Hamas e intercepta foguete destinado a Tel Aviv.
Número de mortos na região desde início da ação israelense sobe para 45.
Desde o início da operação militar israelense 'Pilar de defesa' contra os grupos armados palestinos da Faixa de Gaza, 42 palestinos e 3 israelenses já morreram.
Na madrugada deste sábado, um bombardeio israelense atingiu a sede do governo do movimento islamita Hamas, em pleno coração de Gaza. Também foram atingidos o quartel-general da polícia do Hamas, a Universidade Islâmica e o estádio 'Palestina', o principal centro esportivo de Gaza. Segundo o Exército israelense, 200 alvos em Gaza foram atingidos, incluindo 120 lançadores de foguetes e 20 túneis.
Segundo balanço do exército de Israel, mais de 380 foguetes de Gaza caíram em território israelense e outros 230 foram interceptados pelo sistema antimísseis 'Iron Dome' desde quarta-feira.
Militantes
palestinos dispararam um foguete em Tel Aviv, que foi interceptado no
ar por recém-implantada bateria anti-míssil israelense e não causou
vítimas ou danos, disse a polícia (Foto: Majdi Fathi/Reuters)
Liga Árabe diz que enviará delegação a Gaza e condena ONU e Israel A Liga Árabe anunciou neste sábado, após reunião extraordinária realizada no Egito, que enviará uma delegação ministerial em um ou dois dia a Gaza em sinal de solidariedade. O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, afirmou que a viagem ocorrerá neste domingo (18) ou na segunda-feira (19) e será liderada por ele.
Os ministros expressaram sua "indignação total com o fracasso do Conselho de Segurança da ONU" em deter os ataques isaelenses e exigiram que os responsáveis pela ofensiva sejam castigados.
Já para o governo dos Estados Unidos, os disparos de foguetes a partir de Gaza são o fator desencadeador deste conflito, e Israel tem o direito de se defender e de decidir a tática a se utilizada.
Egito vê indício de cessar-fogo em breve
O presidente egípcio, Mohamed Mursi, declarou que seu governo estava em contato com Israel e com os palestinos e avaliou que uma trégua pode ser concluída rapidamente no conflito em Gaza. "Há algumas indicações sobre a possibilidade de um cessar-fogo em breve", declarou o presidente egípcio durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentando, entretanto, que ainda não há "garantias".
Em meio ao recrudescimento dos enfrentamentos entre o Exército israelense e militantes em Gaza, Israel colocou 75 mil reservistas em alerta para uma possível ação militar, além dos 16 mil que havia convocado recentemente.
A medida reforça os temores de que seja iminente uma ação terrestre contra o território palestino.
Fumaça sobe após ataque das forças israelenses na Faixa de Gaza (Foto: Hatem Moussa/AP)
Ministro diz que, se invadir Gaza, Exército de Israel deve ir até o fimO ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, afirmou neste sábado que se o Exército de seu país invadir Gaza deve ser para "ir até o final".
"Estamos preparados para uma operação terrestre em grande escala, se for necessária, mas vale destacar que se o Exército entrar em Gaza não pode parar na metade, tem que ir até o final", declarou em um fórum cultural na cidade de Kiryat Motskin, perto de Haifa, no norte de Israel.
O chefe da diplomacia israelense lamentou que na última invasão de Gaza, há quatro anos, Israel tenha pagado "um alto preço em termos de opinião mundial" pela morte de 1,4 mil palestinos, em sua maioria civis, e "no entanto não alcançou seu objetivo".
Lieberman considerou que a atual operação iniciada na quarta-feira passada e na qual morreram até agora 43 palestinos, um terço deles civis, não é uma "guerra total", mas tem "objetivos específicos".
Segundo ele, trata-se de devolver a calma à área de Israel que é constante alvo de foguetes lançados de Gaza; restaurar a capacidade de dissuasão de Israel e destruir o arsenal de foguetes de longo alcance das milícias palestinas.
"A única forma de viver aqui em paz e segurança é criar uma autêntica dissuasão por meio de uma resposta contundente, de modo que não voltem a colocar-nos a toda prova", disse. O ministro, à frente do partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, apoia a derrocada do Executivo do Hamas em Gaza.
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