“Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor". Luiz Luz Gonzaga " Gonzagão"
O rei do Baião
História
Luiz
Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro de 1919. Foi um
compositor popular. Aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as
apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas.
Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares
de beira de cais. Mas foi exatamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para
começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste.
Pensando
nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o
rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o
ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso
onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso
abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora
Nacional.
No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se
tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade
representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores
de um povo que ainda não tinha voz.
Nos seus
vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se
distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram
a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído.
Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou
o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som
agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e
pela mídia.
Mesmo
tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como
nordestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de
Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a
representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua
história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música
brasileira só tem que agradecer...
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