Os filmes dão subsídios para trabalhar inúmeros conteúdos, estimulam debates e permitem ampliar a percepção da turma sobre um assunto.
Todo ano, quase 100 milhões de ingressos de cinema são vendidos no país. Só na cidade de São Paulo, em um único fim de semana, mais de 200 mil vídeos são alugados. Os filmes são parte importante do cotidiano dos brasileiros, mas nem sempre encontram seu lugar em sala de aula. Esse é um erro e tanto, já que a telona pode funcionar como uma preciosa ferramenta didática para a aprendizagem de conteúdos de diversas disciplinas. "O cinema é uma experiência cultural importante, assim como a música e a literatura. A escola precisa levar isso em conta e tratar esse trio com igualdade", diz Marcos Napolitano, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e especialista na utilização de filmes em aula.
Ficção ou documentário, curta ou longa-metragem - os gêneros e as opções de trabalho são inúmeros e hoje já é possível afirmar que o conhecimento sobre como usar filmes está bem sistematizado. O trabalho pode seguir por dois caminhos, dependendo do objetivo do professor:
- Auxiliar na compreensão de conteúdos curriculares em diversas disciplinas dentro de sequências e projetos didáticos.
Em ambos os casos, é preciso começar expondo os objetivos da exibição e descrevendo o que será visto. "Isso é fundamental para não descaracterizar o cinema como um objeto cultural. O ideal é antecipar para a turma elementos da história, falar sobre o diretor e outras produções dele, comentar sobre os atores, mostrar a capa e a contracapa, ressaltar características técnicas, como a fotografia, contar curiosidades da época em que foi lançado e, principalmente, dizer por que gosta ou não daquele filme. O professor deve se mostrar como um espectador crítico e experiente para que os alunos aprendam a se posicionar frente ao que veem", conta Silvinha Meireles, coordenadora do programa Cine-Educação, da Cinemateca Brasileira de São Paulo