A pororoca pode ser um espetáculo aterrador ou fantástico dependendo de onde você estiver. Em segurança, pode-se presenciar a única ocasião em que o oceano Atlântico vence a resistência do rio.
Normalmente, o rio Amazonas, por causa do grande volume de água consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros,mas durante a lua nova a situação se inverte. O choque dessas águas é tão intenso que se reflete em todos os estuários rasos dos rios que desembocam no golfo amazônico.
No rio Araguari, alguns quilômetros acima do rio Amazonas, esse fenômeno pode ser melhor observado. As ondas atingem até 5m de altura e com sua força vão derrubando e arrastando árvores e modificando o leito do rio. Isso acontece todos os dias, mas é mais intenso entre abril e junho. Os índios do baixo Amazonas tem uma boa palavra para definir a pororoca: poroc-poroc significa destruidor.
A pororoca não acontece somente no estuário do Amazonas. Existe em alguns estuários e trechos finais de rios do litoral amazônico, que deságuam direto ou indiretamente no Atlântico. Na costa do Amapá, o fenômeno ocorre em quase todos os rios que ali desembocam e, de forma bem violenta, no estuário do rio Araguarí, no município de Cutias. Mais ao sul da foz do Araguari, nos rios e canais das ilhas de bailique, Curuá, Caviana, Janauaçu, Juruparí e Mexiana, o fenômeno se manifesta igualmente destruidor.
O mesmo acontece nos trechos finais dos rios que deságuam nas costas norte e leste da Ilha de Marajó. Apesar de muitos comentários, o fenômeno não existe na baia de Marajó, no rio Pará e no estuário do rio Tocantins. A “pororoca” é antes de tudo um agente destruidor. A baixa costa do Amapá, de formação flúvio-marinha recente, está em longos trechos recuando constantemente devido ao ataque periódico das vagas das marés de lançantes à ação da pororoca nos estuários; correndo as margens destes últimos, o fenômeno vai alargando-se progressivamente, tornando-os cada vez mais raso. Veja alguns dados complementares: