O Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas deverá sofrer alterações no seu modo de funcionamento e de liderança, defende um grupo de especialistas, designado de Conselho Inter-Académico. Os membros de academias científicas entendem, contudo, que o grupo da ONU em geral funciona bem. Uma série de erros tem afectado a credibilidade do Painel, que em 2007 recebeu o Prémio Nobel da Paz.
O grupo de trabalho da ONU para as alterações climáticas funciona bem, regra geral, mas deveriam ser introduzidas mudanças: precisa de um director executivo, maior abertura e mudanças mais regulares de liderança. Os membros de 15 academias científicas de diferentes países sublinham a necessidade de maiores cuidados do Painel aquando da revisão das suas investigações.
Esta é uma alusão a erros de conclusões no Painel da ONU, como aquele do relatório de 2007, em que dizia que o gelo dos Himalaias iria derreter antes de todos os outros, podendo mesmo desaparecer até 2035. Do mesmo modo, o Painel errou por escesso a calcular a percentagem de território holandês abaixo do nível do mar, estimando em 55 por cento (contra os 26 por cento calculados pelo Governo da Haia).
Neste sentido, o presidente do Conselho Inter-Académico lembra que "trabalhar sob o olhar atento do público, como é o caso do Painel, requer uma direcção forte, a participação ininterrupta e entusiasta dos melhores cientistas e uma capacidade de adaptação e um compromisso com a transparência". Harold Shapiro apontou ainda que "a resposta pública do Painel aos seus erros foi muito lenta e inadequada", tendo esse facto sido reconhecido pelo organismo. O presidente do Painel Intergovernamental anunciou que o seu futuro será decidido pelos Estados membros do painel, que por sua vez é composto por delegados governamentais dos países membros da ONU. O indiano Rajendra Pachauri está em funções desde 2002, tendo sido reconduzido em Setembro de 2008.
Sugestões ao Painel para Alterações Climáticas:
- Limitar a duração do mandato do presidente (actualmente são dois mandatos de seis anos), bem como dos presidentes dos três grupos de trabalho, para "conservar uma variedade de perspectivas e uma abordagem nova a cada avaliação";
- Criar um comité executivo de especialistas externos, de preferência com o máximo de 12 elementos sem ligações ao Painel ou mesmo à climatologia, para "melhorar a sua credibilidade e independência";
- Nomear um director executivo, que dirija as tarefas do quotidiano, o secretariado e faça declarações em nome do Painel;
- Alterar orientações quanto à utilização de dados não publicados em comunicações científicas mas para consulta dos pares (como definir o tipo de bibliografia aceite e sua origem);
- Harmonizar as referências ao nível de "incerteza", uma vez que no último relatório cada um dos três grupos de trabalho "exprimiu-se de diferentes formas" neste aspecto;
- Melhorar a comunicação do Painel, dificultada pela complexidade da climatologia e pela "necessidade crescente de se dirigir a um público que ultrapassa o círculo dos cientistas e dos Governos".
- Criar um comité executivo de especialistas externos, de preferência com o máximo de 12 elementos sem ligações ao Painel ou mesmo à climatologia, para "melhorar a sua credibilidade e independência";
- Nomear um director executivo, que dirija as tarefas do quotidiano, o secretariado e faça declarações em nome do Painel;
- Alterar orientações quanto à utilização de dados não publicados em comunicações científicas mas para consulta dos pares (como definir o tipo de bibliografia aceite e sua origem);
- Harmonizar as referências ao nível de "incerteza", uma vez que no último relatório cada um dos três grupos de trabalho "exprimiu-se de diferentes formas" neste aspecto;
- Melhorar a comunicação do Painel, dificultada pela complexidade da climatologia e pela "necessidade crescente de se dirigir a um público que ultrapassa o círculo dos cientistas e dos Governos".